domingo, 7 de agosto de 2011

dOMINGO oRDINÁRIO

Eis aqui, o relato de um pequeno momento de paz, num domingo oradinário...
Fumando um cigarro 'Sampoerna' e tomando uma taça de vinho tinto, recostada no tanque da lavanderia, observo uma cortina oscilante numa janela de apartamento em frente a meu.
Essa janela era como todas as outras, alinhadas geométricamente no grande corpo de um prédio de 15 a 20 andares, exceto pela cortina que suavemente balançava ao sabor do vento.
Fiquei imaginando que por trás daquela cortina havia um casal, numa tarde de amor. Aquele tipo de amor descompromissado de horário de almoço, entre outras coisas. O céu era de um azul esplendoroso, de maneira que alimentava mais ainda minha imaginação. Era como se aquela cortina, branca e doce, me dissesse:

- Se você pudesse adentrar este quarto, você contemplaria dois corpos ardentemente emaranhados, levemente suados que se roçam lentamente.

Em minha imaginação, este casal seria jovem, na idade em que 'ignoramos' o telefonema de nossos pais por estarmos atrasados para o almoço de domingo da família.

Adorava me perder nestes dias, geralmente fruto de um sábado à noite delirante. Apreciava a irresponsabilidade de acordar numa cama alheia, acompanhada por um amante que viajou comigo para além do tempo e espaço.

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