domingo, 7 de agosto de 2011

dOMINGO oRDINÁRIO

Eis aqui, o relato de um pequeno momento de paz, num domingo oradinário...
Fumando um cigarro 'Sampoerna' e tomando uma taça de vinho tinto, recostada no tanque da lavanderia, observo uma cortina oscilante numa janela de apartamento em frente a meu.
Essa janela era como todas as outras, alinhadas geométricamente no grande corpo de um prédio de 15 a 20 andares, exceto pela cortina que suavemente balançava ao sabor do vento.
Fiquei imaginando que por trás daquela cortina havia um casal, numa tarde de amor. Aquele tipo de amor descompromissado de horário de almoço, entre outras coisas. O céu era de um azul esplendoroso, de maneira que alimentava mais ainda minha imaginação. Era como se aquela cortina, branca e doce, me dissesse:

- Se você pudesse adentrar este quarto, você contemplaria dois corpos ardentemente emaranhados, levemente suados que se roçam lentamente.

Em minha imaginação, este casal seria jovem, na idade em que 'ignoramos' o telefonema de nossos pais por estarmos atrasados para o almoço de domingo da família.

Adorava me perder nestes dias, geralmente fruto de um sábado à noite delirante. Apreciava a irresponsabilidade de acordar numa cama alheia, acompanhada por um amante que viajou comigo para além do tempo e espaço.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

dRAMA

Como todo dramaturgo sabe, toda estória pressupõe conflito.

Certa vez, uma mulher confidenciou à sua amiga:

- Um lado meu quer ativismo, liberdade, lealdade, transparência, dignidade (no sentido mais puritano dos termos) e cultivar outras virtudes tais como: compaixão, solidariedade, etc (mais aquele 'monte' que existem, né!). - E ela continuou:

- No entanto, o outro lado do meu eu quer prazer, luxúria, glamour, mimo e champagne.

- O que fazer?

Recordo um episódio da faculdade, na qual estávamos fazendo um trabalho de pesquisa para composição de personagem. Minha colega de classe 'A.' , teve a idéia de entrevistar uma garota de programa que frequentava o mesmo salão de beleza que ela, num bairro nobre de Belo Horizonte. - 'A'.começa:

- Ah, 'entrevistei' uma garota de programa no meu salão. Ela era linda, poderosa. Ela me contou que já fez coisas bizarras. Aí, perguntei pra ela o que achava do amor, se ela já tinha se apaixonado por alguém e tal, ela respondeu:

- kkkkkkkkkkkk! Imagina! Quem gosta de homem é viado, eu gosto é de dinheiro (risos da turma).

A verdade é que por 'trás' de uma alma Diva satisfeita, existe um bofe cheio da grana disposto a pagar por seus caprichos. Porém, quando é que elas estão satisfeitas?

Convenhamos, quem é apaixonada por balde e vassoura? Com certeza não é uma alma Diva (digo Alma Diva porque nem todas as mulheres são Divas na vida real, mas no entanto, têm uma alma Diva!).

Aquelas (ou aqueles) que dizem (com voz fanha):

- 'Fazer faxina é um óptimo exercício'! (minha sogra fala isso...vERDADE!!).

/=O !!??

O que estas personas querem dizer com isso? Exercício de humildade? Físico?!

Quem diz este tipo de embromação é hippie (quero limpar minha própria sujeira), ou é socialista (somos todos iguais e ninguém deve limpar a sujeira do outro!)... ou pobre que está numa tentativa heróica de se convencer (ou se enganar?!) a respeito desta atividade doméstica.

Voltando ao drama da história das amigas: 'O que fazer'?

A amiga metida a sábia, perguntou à outra:

- O que você preferiria: um homem que te ama, ou um homem que paga suas contas?

Sem triscar, a bonita disse:

- Não pode ser as duas coisas!?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

o sENTIDO dA vIDA

Sou fã e adepta da filosofia banal e profética do grupo 'Monty Python' selon, 'O sENTIDO dA vIDA'.
Não existe algo mais sem sentido do que insistir num sentido para a vida que não remeta à frase 'Crescei e multiplicai-vos'!
Pergunte a qualquer mãe: Qual a razão de sua existência? Claro, você sabe a resposta. (se ela disser que é o trabalho ou o marido, ela é uma 'puta' corajosa por ignorar o fato de poder ser chamada de egocêntrica, fria, desnaturada, etc *&¨%$# e tal). É algo tão natural quanto saber que depois de cozinhar tem que lavar a louça suja.
Nos aglomeramos no mundo como uma massa de esfomeados e incompreendidos (me sinto parte disto!) na busca pelo sentido.
Admiro e sou fã também das idéias e ações da sacerdotiza 'Hildegard von Bigen', a qual 'penduricada' de jóias com túnicas esvoaçantes e, influenciando outras 'irmãs', pregava a integração cosmos-ser humano-natureza, fazendo rituais-saraus em sua abadia - Isso tudo no século XI! Até o dia em que apareceu um bispo babaca...
Me atrai-distrai-contrai ainda, a matemática das probabilidades...Explico:
Tento ignorar a agonia de viver na OSLC (Ocidental Sociedade Liberal Capitalista) e sua ordem dos dividendo e derivativos* (isto quer dizer: tem alguém lucrando com o que eu e você deve! - mais: tem gente comprando a sua dívida pra vender mais caro depois a outro!). O progresso desta teoria são os juros (não é à toa que o Brasil é país emergente...).
O sentido da vida é moda, e é básico! Assim como 'jeans e t-shirt branca'. Verdade da moda: Não suportamos a desimportância do nosso ego perante a pobreza/grandeza do mundo.
Essa indigestão me leva a uma frase:
'Nada do que você fizer durante sua vida será importante, no entanto, é importante que você o faça'.
Essa nem a Esfinge vai me explicar..Tem ainda aquela outra:
'Vida é o que acontece enquanto você planeja' - Aff! (Agora vem o pedido de casamento de tão romântica)
Vou consultar 'Para além do bem e do mal' (daquele alemão famoso, que não é o Alzheimer) para verificar, apoiada na filosofia, a incongruência do meu esforço (em tentar compreender o sentido de tudo isso).
Deixo claro, não estou aqui para resolver, mas para relatar questões (além de ser mais divertido é sem compromisso).
Resumindo: o ócio, a flatulência e a falta de opção devem servir para alguma coisa. Sim, sim. Definitivamente jogar peteca, pensar no sentido da vida e ler são coisas de desocupados.